A recente criação da Coordenação-geral de Estudos Estratégicos em Desenvolvimento e Saúde (CGEDS), inserida no Departamento de Economia e do Desenvolvimento em Saúde (Desid), merece um olhar especial daqueles que acreditam em mais sustentabilidade para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A nova área da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics/MS) nasce com a perspectiva de ser um espaço para discussão e análise das questões de matiz conjuntural e política, com objetos voltados à Economia Política da Saúde, aos indicadores macroeconômicos e seus respectivos desdobramentos na área da saúde. Assim, estudos estratégicos estão desenvolvidos para identificar riscos e oportunidades relacionados aos recursos voltados para a saúde, bem como para compreender a estreita relação entre desenvolvimento e saúde.
Os colegas que comandam os trabalhos na coordenação atuam na interlocução com áreas prioritárias do ministério e com atores estratégicos governamentais ou não-governamentais. “Se antes a Economia da Saúde tinha uma discussão muito focada nos aspectos operacionais e nos instrumentos avaliativos, que são de extrema importância, ela passou também a focar na análise de cenários e na articulação da saúde com outros setores”, afirmou a diretora do Desid, Erika Aragão.
“Ou seja: além de entender e subsidiar o Secretário da Sectics e a Ministra da Saúde quanto aos possíveis efeitos e reflexos de alguma política pública no setor da Saúde, a área também subsidia o posicionamento externo da instituição e é capaz de apresentar novas proposições. A gente se antecipa para prever impactos, pensar possíveis alternativas e ter uma narrativa”, continua a diretora.
Mas como será que a criação da coordenação deve impactar as pessoas?
Por sua natureza preditiva, a coordenação pode subsidiar a tomada de decisão de gestores preocupados em reverter ou atenuar o quadro de subfinanciamento estrutural e desfinanciamento conjuntural – tornando o nosso sistema de saúde resiliente e capaz de cumprir com os seus preceitos constitucionais.
Essa atuação deve contribuir para uma melhor alocação de recursos no SUS e para a otimização dos gastos nos estados e municípios, o que pode impactar diretamente no serviço prestado às pessoas e na promoção e melhora da saúde delas.
De Priscilla Leonel | Desid/Sectics/MS