Curso fortalece cultura de gestão de custos e transparência na aplicação de recursos públicos na capital pernambucana
O município de Recife (PE) deu mais um passo importante na qualificação da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) ao aderir ao Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), iniciativa do Departamento de Economia da Saúde do Ministério da Saúde (DESID/MS). Entre os dias 15 e 17 de outubro, mais de cento e trinta profissionais da rede municipal participaram do Curso Aplicado em Gestão de Custos, etapa prática do programa.
A capacitação reuniu especialistas tanto da área de Nível Central, como gerência administrativa, financeira e de orçamento, quanto das Unidades Assistenciais, como ambulatórios, hospitais conveniados e policlínicas. O objetivo era ampliar o conhecimento sobre o uso eficiente dos recursos públicos e fortalecer a cultura de gestão de custos dentro do SUS.
“Esse movimento, com apoio do Ministério da Saúde, é uma oportunidade para aprimorar a eficiência da aplicação dos recursos e fortalecer a transparência junto à sociedade”, destacou Roseane Lemos, da Coordenação de Economia da Saúde da Secretaria de Saúde de Recife.
“Fazer isso vai nos permitir conhecer de forma mais precisa quais são os custos reais de cada serviço oferecido à população, desde uma simples consulta até um exame ou um procedimento cirúrgico de média e alta complexidade. Então, sem dúvida, vai nos dar subsídios para melhor tomar decisões”, reforçou.
O coordenador da Coordenação Geral de Informações em Economia da Saúde do DESID, Ricardo Vidal, afirmou que é preciso sensibilizar e motivar os gestores e técnicos. “Ajuda as instituições a entenderem que é necessário cuidar da saúde das finanças da saúde e, para isso, entender os custos é essencial”, ressaltou.
Ana Luísa Miranda, da Coordenação de Gestão de Custo e ministrante do curso, explicou que o objetivo é fortalecer a cultura de gestão de custos dentro do SUS, investir na capacitação dos profissionais e ajudar as equipes a entenderem e aplicarem as diretrizes de apuração de custos. “No começo muitos pensam que para fazer gestão de custos é preciso ser um grande contador, mas, com o curso, percebem que não é nada disso e que é totalmente possível, principalmente com a secretaria ao lado deles”, compartilhou.
São trezentas e cinquenta e sete capacitações aplicadas desde 2013. Em 2025 foram vinte e três edições, sendo quinze Cursos Aplicados de Gestão de Custos e oito sobre o Uso do ApuraSUS.
Próximos passos
Com o encerramento da capacitação, Recife planeja formalizar o Núcleo de Economia da Saúde do município, com portaria, plano de ação e mapa estratégico.
“Além disso, fazer novas capacitações para ampliar o número de unidades e profissionais envolvidos”, completou Roseane.
Já para o PNGC, Ricardo conta que a previsão é fazer mais cursos e tornar as etapas de aprendizagem mais rápidas sem a perda de qualidade. “Estamos com estudos para aprimorar todas as ferramentas do programa e o sistema ApuraSUS. Representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems) participaram como observadores do curso de Recife e nos darão retorno sobre como podemos aperfeiçoar o programa e acelerar a expansão de instituições e secretarias participantes”.
Ester Cezar
Ministério da Saúde