Ministério da Saúde define diretrizes para ampliar estudos sobre Economia da Saúde

Oficina de planejamento definiu eixos estratégicos para fortalecer e qualificar a gestão do SUS por meio de evidências científicas

Com o objetivo de definir as ações estratégicas para os próximos anos, além de fortalecer a produção de pesquisas para qualificar a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), o Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Desid) do Ministério da Saúde (MS) realizou, nos dias 29 e 30 de janeiro, uma oficina de planejamento na Fiocruz Brasília.

O evento foi conduzido pela Coordenação-Geral de Estudos Estratégicos em Desenvolvimento e Saúde (CGEDS/Desid), que integra a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics) do MS. A oficina reuniu 45 pessoas, entre técnicos e especialistas com foco na economia e desenvolvimento em saúde.

O coordenador-geral da CGEDS, Gustavo Laine, ressaltou a importância da integração da área e da ampliação da capacidade analítica dos dados gerados pelo Ministério. “É um privilégio termos, dentro da estrutura complexa ministerial, uma área de estudos estratégicos, e podermos olhar para o princípio da equidade como balizador da produção de conhecimento – mais atentos à análise dos dados disponíveis nos nossos próprios sistemas”, destacou.

Laine reforçou, ainda, o compromisso da coordenação-geral com a excelência científica e a necessidade de respostas rápidas para a sociedade, a fim de reduzir desigualdades. “Nosso sistema é único não só no nome – ele é singular. Temos uma heterogeneidade enorme no país e sabemos como é difícil e desafiador lidar com isso. Ainda assim, o SUS é o melhor meio para garantirmos o valioso direito universal à saúde no país”, completou.

Foto: Priscilla Leonel/MS

O diretor interino do Desid, Gabriel Squeff, também destacou a relevância da reestruturação da CGEDS e o novo direcionamento da coordenação-geral. “Estamos em um momento propício para redimensionar e remodelar as áreas, e uma das questões fundamentais é ouvir os próprios gestores do SUS, e avançar com relação à equidade em saúde”, afirmou.

Squeff também frisou os desafios e as oportunidades no setor. “Trabalhar no SUS é prazeroso e, também, desafiador. O Desid se faz fundamental nesse processo de busca pelo ideal sustentável desse sistema, tão amplo e diverso”, completou.

Programação e metodologia

No primeiro dia, os participantes discutiram as competências e os objetivos das coordenações internas da CGEDS: a Coordenação de Análise Conjuntural em Economia da Saúde (CCONJ), a Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde (CAES) e a Coordenação de Análise Política em Economia da Saúde (CAPES).

Em seguida, foram ministradas palestras sobre “Macroeconomia da Saúde: principais teorias e aplicação prática”, conduzidas pelos especialistas Sulamis Dain, Saulo Abouchedid e Artur Monte-Cardoso. A programação incluiu, ainda, uma análise de conjuntura econômica apresentada por Lorena Silva, sucedida de um debate entre os presentes.

O segundo dia foi dedicado à priorização de estudos e projetos, com atividades em grupos para levantamento de ações e prioridades para os anos de 2025 e 2026. Cada equipe identificou iniciativas relevantes e elaborou planos de ação com definição de prazos, responsáveis e resultados esperados. No encerramento, as propostas foram apresentadas em plenária para validação coletiva.

Foto: Priscilla Leonel/MS

Impacto e perspectivas

A CGEDS desempenha um papel essencial na formulação de políticas públicas baseadas em evidências. Entre suas principais atribuições estão a realização de análises socioeconômicas, a coordenação de estudos sobre financiamento e alocação de recursos, a produção de informações estratégicas sobre macroeconomia e desenvolvimento em saúde e a colaboração com instituições nacionais e internacionais na formulação de estratégias.

Além disso, a coordenação tem a missão de promover a formação técnica de profissionais da saúde e estabelecer diretrizes metodológicas para a realização de estudos econômicos. A expectativa é que as definições estabelecidas neste encontro resultem em melhorias significativas na gestão da saúde pública no Brasil, tanto pela garantia da sustentabilidade e da resiliência do SUS quanto pelo atendimento mais eficiente e equitativo à população.

Priscilla Leonel

Ministério da Saúde

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