Levantamento feito pela UFG identificou 30 grupos pelo país
Texto arte: Marina Sousa (UFG)
A criação de grupos de pesquisa possui um papel essencial e imprescindível sobre estudos científicos, seja qual for a área de conhecimento. Além de permitir a interação entre estudantes de nível de graduação, pós-graduação, profissionais e entidades. É por meio de grupos de pesquisa que há o levantamento e elaboração de análises, banco de dados, resumos para publicações, participação em eventos científicos e substancialmente a capacidade de levar as pesquisas para um patamar que pode até romper barreiras geográficas. Segundo levantamento feito por Ana Lúcia Leão da Universidade Federal de Goiás (UFG/IATS), há pelo menos no Brasil 30 grupos de pesquisas certificados e atualizados que trabalham com a temática Economia da Saúde no país.
Ana Lúcia Leão explica que os grupos de pesquisa estão ligados ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que foi criado com o objetivo de incentivar a pesquisa e o desenvolvimento científico do país. “Os grupos de pesquisa ficam armazenados em uma base de dados conhecida como Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGP). Em geral, os participantes podem compartilhar o mesmo espaço e equipamentos e promover reuniões, debates, eventos e trabalhar juntos em projetos de pesquisa”, relata a professora.
A docente e líder do Grupo de Pesquisa Dinâmica Econômica das Atividades de Saúde no Brasil, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) ligada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria Angélica Borges Santos conta que a necessidade de aprofundar os estudos sobre Economia da Saúde data da década de 1930 e que o início se deu nos Estados Unidos. “Na época eles fizeram um primeiro exercício de consolidação dos gastos em saúde do país, sendo essa a primeira “conta de saúde” conhecida. Para preservar o know how e o conhecimento sobre a dinâmica econômica da saúde adquirida nesse processo, técnicos e pesquisadores envolvidos criaram um grupo de pesquisa”. O grupo de Pesquisa Dinâmica Econômica das Atividades de Saúde no Brasil da Fiocruz, no Rio de Janeiro, segundo ela, foi criado levando em conta a mesma inspiração dos estudos dos norte-americanos.
“Grupos de pesquisa em economia da saúde como o nosso são plataformas que agregam pessoas com distintos perfis profissionais (economistas, estatísticos, profissionais de saúde, administradores, cientistas sociais, professores, pesquisadores, gestores e alunos) e institucionais (academia, agências reguladoras e de estatísticas, institutos públicos voltados para a pesquisa, planejamento e assessoria e serviços de saúde) para desenvolver conhecimentos para subsidiar políticas públicas” – Ela ainda complementa que a expertise que é exigida nesses vários campos e no tratamento de bases de dados em saúde propõem temas e soluções o tempo todo. “Nossos temas de pesquisa refletem o amplo escopo da economia da saúde – do financiamento, passando pela macro e microeconomia da saúde, farmacoeconomia, regulação, custos e logística em saúde, com seus vários níveis de detalhamento”, aponta Maria Angélica Borges.
Como funciona?
Os grupos em Economia da Saúde possuem linhas de pesquisa voltados para Ciências Sociais Aplicadas em Economia; Saúde e Doença – Avaliação de Qualidade em Saúde; Saúde Global; Planejamento e Gestão em Saúde; Sistemas de Saúde; Regionalização e modelo assistencial; Epidemiologia das doenças crônicas e das condições de saúde-doença envolvidas com o envelhecimento populacional brasileiro e dentre outros.
A pesquisadora Maria Angélica Borges complementa que os Grupos de Pesquisa são vivos, com linhas de pesquisa que podem ganhar novos membros e destaques diferenciados ao longo do tempo. “O debate é tão primordial quanto a publicação e nos ajuda a atuar não somente na academia, mas como técnicos e gestores nas várias áreas do sistema de saúde. E o estímulo e encorajamento mútuos são essenciais. São inesquecíveis as muitas sessões do “happy hour” da Saúde Suplementar ou com o grupo de Saúde Pública, onde nos reunimos remotamente para trocar ideias e suportar melhor o isolamento. Esse espírito de corpo, voltado para a construção coletiva, a busca constante pela qualidade técnica e o aprimoramento das políticas públicas é o que guia nossa atuação”, finaliza a pesquisadora.
O CNPq define o grupo de pesquisa como um conjunto de pessoas organizadas de forma hierárquica, com o objetivo de desenvolver pesquisas científicas, de forma colaborativa e coletiva em torno de linhas de pesquisa comuns. De acordo com o vice-coordenador do curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG, Sérgio Piola, que também integra o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), relata, “os trabalhos em grupos de pesquisa são muito interessantes porque permitem abordagens mais progressivas, diversificadas e aprofundadas de determinados temas, aumentando a qualificação das equipes. Na Economia da Saúde, por exemplo, a multidisciplinaridade e/ou o envolvimento de pessoas com experiências profissionais diversificadas, pode ser uma característica importante dos grupos de pesquisa. Ademais, a economia da saúde tem um campo de atuação muito abrangente. Quem passou pelo Curso de Especialização da UFG deve se lembrar do difundido diagrama, concebido originalmente pelo professor Alan Williams, da Universidade de York, sobre a diversidade dos campos de interesse da economia da saúde”, explica o professor.
Ana Lúcia Leão reforça que a participação em um grupo de pesquisa é uma oportunidade incrível de intercâmbio, troca de informações e que a convivência com outros estudantes e pesquisadores podem ampliar a rede de relacionamentos e contatos. “Esse levantamento foi em busca dessas interações, de networking e ainda é oportunidade que temos de descobrir novos grupos de pesquisa sobre Economia da Saúde pelo país”.
Conheça em detalhe os 30 grupos de pesquisa em Economia da Saúde, separados por regiões, com o local, nome da instituição, área de pesquisa e e-mail de contato dos pesquisadores líderes de grupos no Brasil, clicando nos links a seguir: Grupos de pesquisa – Economia da Saúde – nov. 2022
Caso você participe ou conheça algum grupo de pesquisa sobre o assunto que não esteja neste levantamento do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq (DGP) , entre em contato com a gente e informe pelo e-mail: economiadasaude.ufg@gmail.com .
Fonte: Comunicação / Universidade Federal de Goiás – UFG