
Quatro objetivos estratégicos foram definidos para nortear as ações da Rede de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Rede Ecos) até agosto de 2026. As diretrizes foram alinhadas durante a 1ª Reunião Extraordinária do Comitê Gestor da Rede, que aconteceu na Fiocruz Brasília, na última semana (20).
O encontro resultou na incorporação das contribuições dos membros do Comitê Gestor à versão final do Plano de Trabalho Anual da Rede Ecos, que foi apresentado pelo Ministério da Saúde (MS) na ocasião – e que seguirá em construção coletiva nos próximos meses.
“Conseguimos chegar a um consenso entre ministério, estados, municípios e associações, como a Abres e a Opas. Essa construção conjunta é fundamental, e, a partir do que foi deliberado, teremos a base para orientar o trabalho das câmaras técnicas e dos grupos que serão criados para desenvolver cada um dos objetivos definidos”, destacou a coordenadora de Ações Estruturantes em Economia da Saúde do Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde do MS, Jamyle Grigoletto.
Os quatro objetivos definidos são: 1) elaborar a minuta da Política Nacional de Economia da Saúde; 2) fortalecer a comunicação e sensibilização no campo da economia da saúde; 3) produzir subsídios técnico-científicos voltados a temas estratégicos e 4) fomentar o uso das ferramentas já disponíveis nessa área.
A diretora do Desid, Natália Nunes, ressaltou a importância da Rede Ecos como espaço estratégico de cooperação. “A Rede nasce da ideia de unir esforços e transformar evidências e conhecimento em Economia da Saúde aplicada. Este ciclo nos desafia a ir além do debate, traduzindo as prioridades pactuadas em iniciativas concretas pela equidade e sustentabilidade do SUS”, afirmou.
As discussões contaram com diferentes pontos de vista dos membros do Comitê. O presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES), Francisco Funcia, falou sobre a elaboração da Política Nacional de Economia da Saúde como eixo principal. “Dela depende a disseminação de uma visão estruturada sobre financiamento e gestão no SUS. Precisamos que a política econômica do governo incorpore de forma integrada as necessidades do sistema de saúde, e não trate o SUS como algo que não cabe no orçamento”, destacou Funcia.
Representando a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do MS, o também membro do comitê gestor Dirceu Klitzke defendeu a relevância das compras públicas como ferramenta de fortalecimento da produção nacional e inovação no setor saúde.
Histórico da Rede Ecos
A Rede de Economia e Desenvolvimento em Saúde é uma rede de cooperação técnica que atua na produção e difusão de conhecimento em Economia da Saúde, promovendo a troca com pesquisadores e a capacitação técnica de gestores para aprimorar a alocação de recursos públicos do SUS.
O Comitê Gestor da Rede tem um papel ativo na formulação de normas de funcionamento da rede, incluindo um regimento interno, que estabelece critérios para a entrada e exclusão de membros, assim como o fluxo de trabalho para a realização de estudos estratégicos.
Institucionalização
A Rede foi institucionalizada por meio da portaria nº 6.728 de 14 de abril de 2025 e é composta por associações, órgãos e entidades, públicas ou privadas sem fins lucrativos, nacionais ou internacionais. Entre os principais membros da rede estão os representantes dos Núcleos de Economia da Saúde (NES) das secretarias estaduais, municipais e regionais de Saúde.
Priscilla Leonel
Ministério da Saúde