Estudos brasileiros sobre financiamento, eficiência e gestão de custos no SUS foram destaque em Congresso Internacional de Economia da Saúde

Trabalhos do Ministério da Saúde foram aprovados para o IHEA 2025, com uma das pesquisas concorrendo à premiação sobre políticas públicas em saúde (Foto: Acervo pessoal)

O Ministério da Saúde (MS) teve importante representatividade durante o 16º Congresso da Associação Internacional de Economia da Saúde (International Health Economics Association – IHEA), realizado de 19 a 23 de julho de 2025, em Bali, na Indonésia. O evento é considerado o mais relevante no campo da economia da saúde em nível global, reunindo pesquisadores, formuladores de políticas e especialistas de mais de 100 países.

O Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Desid), alocado na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics/MS), teve quatro trabalhos aprovados para apresentação no evento. Um deles foi indicado ao Adam Wagstaff Award, prêmio de reconhecimento internacional para pesquisas que contribuem significativamente para a análise e melhoria de políticas públicas em saúde.

“A aprovação desses estudos no IHEA 2025 mostra que o Brasil está cada vez mais inserido na discussão global sobre Economia da Saúde. Isso fortalece o intercâmbio com instituições e pesquisadores de destaque no mundo todo e reconhece a qualidade das análises que temos produzido aqui no Ministério. Além disso, nos ajuda a aplicar metodologias inovadoras à realidade do SUS”, destacou Gustavo Laine, Coordenador-Geral de Estudos Estratégicos em Desenvolvimento e Saúde do Desid.

Para Everton Silva, professor de Saúde Coletiva da UnB, a experiência posiciona o Brasil como vanguarda na gestão de custos e na implementação da atenção primária. “É muito importante para o País divulgar os avanços que têm em âmbito internacional, além de discutir seus desafios. O público do evento interagiu bastante e foi um momento muito rico de troca de experiências”, afirma.

“É gratificante estar em uma área do Ministério onde se pode, ao mesmo tempo, produzir para os nossos pares e participar de discussões e formulações acerca das políticas públicas. Esse é um grande legado e contribuição da nossa coordenação para com esse objetivo “, conta Ivan Augusto Cecilio e Silva, que trabalha na Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde do Ministério.

Conheça os estudos que foram apresentados:

Contribuições de hospitais de diferentes portes para a eficiência e sustentabilidade do SUS: uma análise integrada com DEA e Malmquist
Autoria: Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde do Desid/Sectics/MS

Indicado ao prêmio Adam Wagstaff Award, a pesquisa realizada utiliza métodos avançados de análise de eficiência (DEA – Data Envelopment Analysis e Malmquist Index) para entender como hospitais de pequeno, médio e grande porte contribuem para a sustentabilidade do SUS. O trabalho oferece uma base sólida para o desenvolvimento de políticas de regionalização e de investimentos mais equilibrados em infraestrutura hospitalar.

Estimativa de custos para implementação e manutenção de Equipes de Saúde Bucal no sistema público de Saúde brasileiro
Autoria: Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde do Desid/Sectics/MS

O estudo foi realizado a pedido da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), e mostra quanto custa implantar e manter as Equipes de Saúde Bucal no SUS funcionando. Essas informações ajudam a melhorar o financiamento e a gestão dos serviços praticados por essas equipes, que são essenciais para a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Desigualdades nos gastos com saúde no Brasil: impactos econômicos para as famílias por região geográfica e faixa de renda
Autoria: Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde do Desid/Sectics/MS

O estudo usou dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para comparar os gastos das famílias com saúde entre diferentes faixas de renda e regiões do Brasil, avaliando o comprometimento proporcional da renda com despesas essenciais. Os resultados apontaram desigualdades econômicas e regionais, indicando a necessidade de políticas públicas que priorizem as localidades mais vulneráveis e as famílias com menor renda, a fim de promover maior equidade no sistema de saúde.

Panorama atual da implementação de gestão de custos na Estratégia de Saúde da Família no sistema público de saúde brasileiro
Autoria: Coordenação de Gestão de Custos em Saúde do Desid/Sectics/MS

O estudo evidencia como a parceria entre o Ministério da Saúde e os municípios brasileiros têm agido para implementar a apuração e a gestão de custos em Unidades Básicas de Saúde (UBS), por meio do Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC). Com metodologia inédita sugerida pelo estudo, é possível chegar a informações reais de quanto custa manter uma UBS, uma Equipe de Saúde da Família (ESF) e quanto custam os atendimentos realizados. Essa iniciativa evidencia o comprometimento de fazer uma administração mais eficiente, com decisões mais acertadas.

Para saber mais sobre a IHEA e como foi o congresso de 2025, clique aqui

Nucom/Sectics
Ministério da Saúde

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