O Ministério da Saúde (MS) foi convidado a apresentar, no dia 6 de maio, dois trabalhos científicos durante a conferência internacional anual da ISPOR – The Professional Society for Health Economics and Outcomes Research (Sociedade Internacional de Pesquisa em Economia da Saúde e Desfechos Clínicos – em tradução livre). O evento de 2024 aconteceu em Atlanta, nos Estados Unidos, entre 5 e 8 de maio, e é um dos maiores sobre Economia da Saúde do mundo.
Na agenda do evento global figuram tópicos avançados em métodos de análise, que garantem uma plataforma de discussões interdisciplinares. Um dos objetivos é promover a colaboração entre economistas, profissionais de saúde, legisladores e líderes do setor, que poderão se aprofundar nas metodologias mais recentes, na análise de dados e nas abordagens baseadas em evidências que devem promover mudanças transformadoras na saúde e no bem-estar.
Os dois estudos exploram questões críticas relacionadas à gestão de financiamento e à eficiência de recursos no Sistema Único de Saúde (SUS). São eles: 1. Avaliação Econômica em Saúde como Ferramenta para a Sustentabilidade do Financiamento do Sistema Único de Saúde: o caso da hemodiálise e 2. Impacto dos Gastos com Medicamentos para DST/AIDS sobre o Orçamento Instituído após o Fim do Regime que Estabelecia Teto dos Gastos Públicos no Brasil.
O primeiro estudo analisa como a avaliação econômica ajudou a revisar o valor pago pelo SUS para clínicas que fazem hemodiálise. A diferença entre o valor solicitado pelas clínicas conveniadas e o valor final aprovado resultou em economia de recursos para o SUS. Os resultados mostram que é essencial adotar abordagens baseadas em evidências para garantir que as políticas sejam eficazes e financeiramente sustentáveis, especialmente em serviços assistenciais que demandam grande volume de recursos, como a hemodiálise.
Já o segundo trabalho calcula como os gastos com medicamentos para Doenças Sexualmente Transmissíveis e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (DST/AIDS) impactam o orçamento de 2024, comparando com as projeções feitas sob o modelo fiscal anterior. As projeções mostram que, agora, o Brasil tem mais capacidade de financiar medicamentos para DST/AIDS, ao contrário do regime extinto em 2023, que dificultava o tratamento dos pacientes. Com essa nova abordagem, o MS consegue tratar mais pacientes com DST/AIDS do que antes.
Autores ministeriais
Os trabalhos apresentados foram desenvolvidos no âmbito da Coordenação de Avaliação em Economia da Saúde do Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Caes/Desid/Sectics/MS), que é responsável por elaborar estudos para subsidiar decisões sobre o financiamento e gasto em saúde; bem como disseminar o conhecimento e informações em Economia da Saúde.
“Nossa participação reafirma a importância da internacionalização da contribuição brasileira para a Economia da Saúde, para o intercâmbio de informações nessa área e para o contato com a sua fronteira de conhecimento, de forma a aperfeiçoar os processos do nosso trabalho”, colocou a representante do MS na ocasião, Mariana Marzullo Pedreira.
ISPOR 2024
O evento que coloca em foco a Economia da Saúde e a Pesquisa de Resultados (em inglês, Health Economics and Outcomes Research, abreviado como HEOR) tem o potencial de abordar o bem-estar dos indivíduos e promover a saúde integral ao contribuir com percepções cruciais sobre o impacto econômico e a eficácia das intervenções de saúde.
Por isso, a conferência da ISPOR de 2024 destaca os esforços realizados para equilibrar acessibilidade econômica e acesso e eficácia com foco nos desenvolvimentos em preços, reembolso e avaliação de tecnologias em saúde. Os conteúdos reunidos no evento devem refletir os avanços na análise de custo-efetividade, evidências do mundo real, Inteligência Artificial (IA) em métodos HEOR, além de pesquisa centrada no paciente e na equidade em saúde.
Consulte a programação oficial do evento em https://www.ispor.org/home
Onde encontrar os estudos apresentados pelo MS
Os trabalhos apresentados serão disponibilizados, oficialmente, após a conferência. Em breve, os divulgaremos neste mesmo link.
Priscilla Leonel
Ministério da Saúde