Seminário Internacional reúne especialistas para debater sistemas de financiamento da AB no Brasil e outros países

No dia 13/11 aconteceu o Seminário Internacional sobre financiamento da Atenção Primária à Saúde para debater acerca das diferentes propostas de financiamento dos Sistemas de Saúde de outros países, com foco especial na Atenção Básica, na perspectiva da garantia do acesso ao serviços, eficiência e sustentabilidade dos modelos.

Na mesa de abertura, o presidente do Conasems, Wilames Freire, ressaltou a importância do novo modelo de financiamento proposto pelo Ministério da Saúde “principalmente pelo fato de ter um olhar diferenciado para a população mais vulnerável. São 30 milhões de pessoas que dependem dos serviços públicos para terem acesso à saúde e que, até então, não estão cadastradas pelas equipes de Estratégia Saúde da Família. Assistir essas pessoas é responsabilidade dos gestores de todos os 5.570 municípios brasileiros”.

Um dos convidados do evento, o médico de Atenção Primária nos Estados Unidos e pesquisador da universidade de Harvard, Robert Janett, debateu com o público sobre Assistência Primária paga: uma perspectiva internacional. “A ideia de aumentar a função das equipes do Programa de Saúde à Família com mais informação, outros fluxos de trabalho, melhorar busca ativa é interessante e essencial, mas saúde não se trata exclusivamente de dados. Saúde é um complexo de intervenções biopsicosociais”.

Robert Janett pontuou que os municípios, seja no Brasil ou no exterior, enfrentam desafios diários para ofertar seus serviços de saúde essenciais. “Atualmente, nós vivemos um tsunami de doenças crônicas em todo o mundo. Temos uma quantidade enorme de pessoas que têm lacunas de atendimento nos municípios e isso precisa ser revisto. Se quisermos aumentar e qualificar o acesso da população à saúde pública, é preciso transformar o SUS em um modelo que oferta boa parte da sua resolubilidade na primeira instância, que é a Atenção Básica”.

O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Erno Harzheim, apresentou o programa Previne Brasil, lançado na última terça-feira (12) no Palácio do Planalto. “Estamos vivendo um momento histórico dentro do SUS. Cada gestor que passou pelo Ministério tomou decisões junto com as equipes de acordo com o contexto em que viviam. O PAB Fixo e Variável foram um grande ganho para a população e o sistema de saúde, mas faz 22 anos que foi criado. Se exigia há algum tempo uma mudança no financiamento para conseguir manter a incorporação da população ao sistema”, destacou Erno Harzheim.

“Investir em uma APS mais eficiente traz retornos econômicos consideráveis para os cofres públicos. Nós  estimamos que, se a Atenção Básica no Brasil fosse mais decisória, haveria a economia de aproximadamente 2,2 bilhões de reais com internações evitáveis”. A fala é de Edson Araújo, economista sênior conselheiro do Banco Mundial.

Fonte: https://www.conasems.org.br/seminario-internacional-reune-especialistas-para-debater-sistemas-de-financiamento-da-ab-no-brasil-e-outros-paises/

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