O Jornal Estado de S. Paulo promoveu, dia 22/08, o debate Summit Saúde 2019. O tema central desta edição foi o impacto dos avanços tecnológicos no setor saúde. Mauro Junqueira, secretário executivo do Conasems, participou do painel “Desafios de inovar em Saúde”. Também participaram do debate Luis Gustavo Kiatake, presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde(SBIS), Alexandre Chiavegatto Filho, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), e Tatsuo Suzuki, Diretor Financeiro da Magnamed Tecnologia Médica.
A Integração entre prontuários eletrônicos, tanto no SUS como no setor suplementar, foi um dos temas com mais destaque do painel. Mauro Junqueira chamou atenção para os esforços desenvolvidos para a informatização das Unidade Básicas de Saúde e para implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão, mas ressaltou as dificuldades e desafios do processo a nível nacional. “Existe uma distância imensa do mundo ideal para aquele que vivemos na ponta. O SUS nos seus 30 anos aumentou a vacinação e a cobertura da Estratégia de Saúde da Família, mas o financiamento nunca acompanhou os avanços no sistema. Precisamos melhorar, mas são necessários vários esforços, porque os desafios são cada vez maiores”.
Para o presidente da Sociedade brasileira de informática em Saúde, a qualidade do dado de saúde e a capacitação do profissional da área são metas a serem alcançadas hoje no Brasil. “A tecnologia precisa estar nos cursos da saúde como base da estrutura curricular. Precisamos de profissionais capazes de lidar com esses dados para gerenciar a saúde por toda vida da pessoa, promovendo o chamado cuidado longitudinal”, destacou Kiatake.
Para Chivegatto, que dirige o Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde da USP, existe hoje a possibilidade de que algoritmos ajudem na tomada de decisão em saúde, mas para isso “é preciso dados consistentes”. “Para que os algoritmos sejam eficientes é necessário a informatização do prontuário eletrônico”, afirma o especialista. Para Chiavegatto o mundo todo tem interesse nos dados do Brasil pela diversidade e dimensão do país. “Quanto mais dados, maior a garantia de criar algoritmos capazes de promover melhorias de qualidade de atendimento e redução de desigualdades.”
Durante o evento foram apontadas potenciais estratégias para o âmbito municipal, como a telemedicina, que hoje possui capacidade de desonerar financeiramente o município e aprimorar o tempo resposta da assistência à saúde. Também foram apontadas experiências em outras áreas que possuem mecanismos mais eficientes de troca de informações eletrônicas, como no setor financeiro.
Entenda mais sobre o andamento da Saúde Digital no país
O Ministério da Saúde deflagrou uma nova estratégia visando obter a troca adequada de informações entre os serviços de saúde, visando garantir a qualidade, consistência e segurança dos dados produzidos.
A Rede Nacional de Dados em Saúde – RNDS busca promover o acesso à informação em saúde para a continuidade do cuidado em todos os níveis de atenção à saúde. Com base no conceito de Prontuário Único centrado no paciente, os estabelecimentos de saúde públicos e privados terão acessos e trocarão informações que auxiliem no acompanhamento da saúde e bem-estar do paciente, respeitando as legislações vigentes como a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.
*Desenho inicial da RNDS
De maneira concomitante à RNDS, o Ministério da Saúde vai deflagrar neste segundo semestre uma nova proposta de informatização das Unidades Básica de Saúde, que terá seu piloto sendo realizado no Estado de Alagoas e prevê custeio das Equipes de Saúde da Família que aderirem ao Prontuário Eletrônico do Cidadão com o envio adequado e consistente das informações.
No que tange ao Prontuário Eletrônico do Cidadão, o Ministério da Saúde disponibiliza o e-SUS AB para os serviços de atenção básica e existe a continuidade do desenvolvimento do prontuário eletrônico permanente, com a previsão de melhorias na estrutura de dados da Atenção Básica e uma melhor integração com as soluções de terceiros (prontuários comerciais).
Fonte: https://www.conasems.org.br