Epidemia do vírus Zika e microcefalia no Brasil: emergência, evolução e enfrentamento

Ano de publicação: 2018

Em 2016, foi confirmada a relação causal entre a infecção pelo vírus Zika em gestantes e a ocorrência de microcefalia em bebês. Contudo, no ano anterior, quando foi observado no Brasil um aumento inesperado do número de casos de nascidos vivos com microcefalia, essa relação era desconhecida na literatura científica. Ações oportunas e coordenadas ­ com a participação de autoridades sanitárias nacionais e internacionais, trabalhadores da saúde e pesquisadores ­ permitiram que, em poucos meses, fosse comprovada a implicação do vírus Zika na causalidade de uma síndrome congênita e da Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Este texto tem como objetivo apresentar uma breve revisão sobre o histórico da epidemia pelo vírus Zika e a microcefalia no Brasil, desde sua emergência, passando por sua evolução, até as políticas e ações adotadas para seu enfrentamento. Inicialmente, é apresentada a trajetória do vírus Zika no mundo, desde sua descoberta, na floresta Zika, em Uganda, passando por sua ocorrência no sudeste asiático, até sua emergência no Brasil. Em seguida, é relatado o processo de declaração da epidemia de microcefalia como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), pelo governo brasileiro, e Internacional (ESPII), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como os processos deflagrados por essas medidas. Um tópico dedica-se a descrever os achados que contribuíram para a comprovação da relação causal entre a infecção pelo vírus Zika e a ocorrência da microcefalia, assim como da SGB. Em outro tópico, é descrita a evolução da epidemia de microcefalia no Brasil, onde se destacam o crescimento de nove vezes no número de casos em 2015, em relação à média dos cinco anos anteriores, e a ocorrência do pico epidêmico no último trimestre deste ano. Em seguida, são apresentadas as principais ações voltadas ao enfrentamento da epidemia pelo vírus Zika no Brasil. Por fim, são elencados desafios para a prevenção e o controle do vírus Zika e as consequências no cenário epidemiológico brasileiro. Ressalta-se o protagonismo do Sistema Único de Saúde (SUS) para a mobilização de todos os setores necessários ao enfrentamento da epidemia do vírus Zika e alerta-se quanto à necessidade de recursos para a continuidade e o aprimoramento das ações de vigilância e controle das arboviroses, além da atenção às famílias atingidas.

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