A transição epidemiológica trouxe como grande desafio as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), dentre elas a diabetes. O Brasil tem priorizado o diabetes mellitus nas políticas públicas de saúde desde o ano 2001, com a implantação do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, do Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão e Diabetes e do Sistema de Informação em Saúde, contudo, o aumento dos gastos com diabetes no sistema de saúde brasileiro, principalmente com medicamentos e insumos, tem chamado atenção para a sustentabilidade da oferta gratuita desses itens. Este trabalho objetivou analisar os gastos com hipoglicemiantes orais e insumos para automonitoramento da glicemia capilar na Atenção Primária à Saúde do município de Fortaleza-Ceará, no período de 2018 a 2021. Trata-se de uma avaliação econômica parcial, realizada a partir da análise de dados secundários de consumo e gastos com medicamentos e insumos para tratamento da diabetes. Durante o período analisado observou-se um aumento de 117,8% da glicazida 60mg, 54,5% no número de tiras reagentes e de 57,9% no número de lancetas. O gasto com medicamentos e insumos de 2018 a 2021, com valores monetários atualizados foi de R$ 48.832.797,29. Os fatores que demostraram maior correlação aos gastos com medicamentos antidiabéticos e insumos foram a estimativa populacional e a produção por atendimento individual de problema/condição avaliada/diabetes. Os resultados desse estudo podem contribuir para a implantação de indicadores de monitoramento dos gastos com o tratamento da diabetes no município de Fortaleza, além de contribuir com subsídios para a manutenção da sustentabilidade da oferta desses tratamentos e o uso racional de medicamentos. (AU)