Introdução:

Os medicamentos são importantes tecnologias na área de saúde, entretanto, o modelo assistencial brasileiro focado no tratamento faz com que os medicamentos tenham o consumo elevado. Este fato dificulta a gestão nas instituições de saúde, o que gera desperdícios e onera os gastos no SUS.

Objetivo:

Mensurar os gastos diretos de medicamentos vencidos incinerados do Serviço de Farmácia Hospitalar do Hospital Universitário de Sergipe (HU-UFS) e relacioná-los com o gasto total de medicamentos.

Metodologia:

Estudo observacional retrospectivo descritivo com avaliação econômica parcial realizado no HU-UFS, 2017-2021, com dados coletados através de fontes secundárias. As variáveis foram quantidades, classificação farmacológica, valor do medicamento e da incineração dos vencidos adquiridos e doados do HU-UFS; valor laboral dos Técnicos de Farmácia; e as perdas relativas dos vencidos incinerados e dos gastos com incineração destes produtos em relação ao gasto total de aquisição de medicamentos.

Resultados:

Os gastos de aquisição de medicamentos, da perda dos medicamentos vencidos e da incineração entre 2017-2021 pelo HU-UFS foram de R$ 14.903.063,64, R$ 290.514,99 e de R$ 4.133,47, respectivamente. O tempo laboral gasto estimado no período de 5 anos foi de R$ 33.827,00. O gasto total do HU-UFS para o descarte dos medicamentos foi de R$ 328.475,46, 2,20% em relação ao gasto total de aquisição. A perda relativa com os gastos totais de medicamentos vencidos adquiridos em relação ao gasto de aquisição total de medicamentos foi de 1,95%. Dentre os que mais venceram estão os da Portaria 344/98.

Conclusão:

A mensuração dessas perdas é relevante para auxiliar a gestão na otimização em reduzir esses desperdícios. (AU)