Rituximabe no tratamento do linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B

BRATS: Boletim Brasileiro de Avaliação deTecnologias em Saúde; 4 (10), 2009
Ano de publicação: 2009

INTRODUÇÃO:

Os linfomas não Hodgkin (LNH) são um grupo heterogêneo de tumores malignos, caracterizados por crescimento anormal das células do sistema linfático. Aproximadamente 85% dos LNH derivam de células B e 25%, de células T. De acordo com o REAL (Revised European-American Lymphoma), os LNH são classifi cados como indolentes, com curso clínico lento e progressivo por vários anos ou agressivos, de evolução rápida, os quais, se não tratados, podem ser fatais em alguns meses. O subtipo mais comum de LNH agressivo é o linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), que representa 60 a 70% dos LNH agressivos e mais de 30% de todos os LNH. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA)5 , o número de casos de LNH praticamente duplicou nos últimos 25 anos, particularmente entre pessoas acima de 60 anos. Dados disponíveis no DATASUS revelam que no período de janeiro de 2008 a agosto de 2009, o LNH apresentou uma taxa de mortalidade de 10,49%, sendo responsável por 1.667 óbitos.

TECNOLOGÍA:

Tecnologia O rituximabe é um anticorpo monoclonal quimérico camundongo/humano que se liga especificamente ao CD20, antígeno transmembrana presente nos linfócitos pré-B e nos linfócitos B maduros. O CD20 é expresso em pelo menos 90% das células B dos linfomas não Hodgkin. Após a ligação ao antígeno CD20, o rituximabe provoca a lise do linfócito B.

CONCLUSÃO:

As evidências de eficácia do esquema R-CHOP comparado ao esquema CHOP foram obtidas das revisões sistemáticas (RS) realizadas por Knight et al. (2004), Cheung et al. (2007) e Murdoch & Sager (2008). Os resultados dos estudos primários para o desfecho sobrevida livre de eventos são consistentes e o uso do rituximabe esteve associado signifi cativamente em todos os estudos ao aumento da probabilidade de sobrevida livre de eventos e de sobrevida global; houve maior percentual de sobrevida nos pacientes que usaram rituximabe, com resultados estatisticamente signifi cativos em três estudos avaliados pelas RS. Não foram encontrados estudos sobre a segurança do RCHOP em longo prazo, o que justifi ca o acompanhamento do uso dessa tecnologia. Quanto à abordagem econômica, o esquema R-CHOP mostrou-se custo-efetivo em relação ao esquema CHOP em todos os estudos de custo-efetividade apresentados e realizados em outros países. Não há estudo de custoefetividade brasileiro. Contudo, realizou-se um exercício de custo-efetividade do esquema R-CHOP para o Brasil, o qual apontou que o referido esquema não seria custoefetivo, sendo que o preço de aquisição do medicamento foi a variável crucial neste resultado. A realização de um estudo de custo-efetividade bem desenhado, baseado em dados nacionais, seria muito útil para gerar o conhecimento necessário para auxiliar a tomada de decisão pelos gestores de saúde, quanto à adição do rituximabe ao esquema CHOP para a quimioterapia de 1ª linha dos pacientes com LDGCB.

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