Epidemiologia e ônus da depressão resistente ao tratamento no Brasil: análise do subgrupo brasileiro do estudo de observação multicêntrico TRAL
Epidemiology and burden of treatment-resistant depression in Brazil: analysis of the Brazilian subset of multicenter observational TRAL study

J. bras. econ. saúde (Impr.); 13 (3), 2021
Ano de publicação: 2021

Objetivos:

A epidemiologia da depressão resistente ao tratamento (DRT) varia mundialmente, mas é incerta na América Latina. Este artigo relata a epidemiologia e o ônus da DRT em pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) no Brasil, no estudo observacional multinacional, multicêntrico, de DRT na América Latina (TRAL).

Métodos:

Trezentos e noventa e seis pacientes adultos com TDM (tratados ou não) no Brasil, com diagnóstico de TDM usando o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fifth Edition (DSM-5) e confirmado por MINI Entrevista Neuropsiquiátrica Internacional v7.0.2, foram incluídos em 10 centros. Os pacientes forneceram consentimento e concluíram as avaliações. Os critérios de exclusão incluíram pacientes com psicose, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo, demência, transtorno de uso de substância ou participação atual em outro estudo. A MADRS foi usada para gravidade da doença. Escalas de depressão e instrumentos classificados pelos pacientes foram usados para medir os resultados.

Resultados:

A prevalência de DRT em pacientes com TDM na América Latina corresponde a 29,1% (IC 95% [26,8%; 31,4%]), embora no Brasil corresponda a 40,4% (IC 95%: 35,6%-45,2%), a mais alta no estudo TRAL. Os pacientes com DRT são mais velhos e apresentam maior proporção de divórcios e menor nível educacional, com pontuação mais alta na Escala de Classificação da Depressão de Montgomery-Asberg (MADRS), comparados a pacientes sem DRT. Os custos de saúde foram maiores em pacientes com DRT, com menor qualidade de vida e maiores custos de saúde e comprometimento laboral.

Conclusões:

Estes achados confirmam que a DRT apresenta alta prevalência no Brasil, consistentemente com estudos anteriores sobre transtornos depressivos. Globalmente, os pacientes com DRT apresentam maior ônus da doença, sugerindo a necessidade de melhorar os cuidados para pacientes com DRT no Brasil

Objectives:

Treatment-resistant depression (TRD) epidemiology varies worldwide, but uncertain in Latin America (LatAm). This paper reports on the epidemiology and burden of TRD in major depressive disorder (MDD) patients in Brazil from the TRD in America Latina (TRAL) multicenter, multinational, observational study.

Methods:

396 adult patients (treated or untreated) with MDD diagnosis in Brazil using Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fifth Edition (DSM-5) and confirmed by MINI International Neuropsychiatric Interview v7.0.2 were consecutively enrolled from 10 clinical sites in Brazil. Patients provided consent and complete assessments. Exclusion criteria included patients with psychosis, schizophrenia, bipolar disorder, schizoaffective disorder, dementia, with substance use disorder or currently participating in another clinical trial. Montgomery-Asberg Depression Rating Scale (MADRS) was used for disease severity. Depression scales and patient rated instruments were used to measure outcomes.

Results:

The prevalence of TRD in MDD patients in LatAm is 29.1% (95%CI [26.8%; 31.4%]), though the values for Brazil are 40.4% (95%CI: 35.6%-45.2%), the highest in the TRAL study. TRD patients are older, have higher proportion of divorce and lower education, with higher MADRS score compared to non-TRD patients. Healthcare costs were higher in TRD patients, with lower quality of life (QoL) and higher work impairment and healthcare costs.

Conclusions:

Present findings confirms that TRD is highly prevalent in Brazil, which is consistent with previous studies concerning depressive disorders. Globally, TRD patients experience higher burden of the disease. These findings suggest the need to improve care among TRD patients in Brazil

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