A Cooperação internacional na efetivação da saúde global: o papel do Brasil no combate ao HIV
International cooperation on global health : the role of Brazil against HIV

Bol. Economia Política Int; (21), 2015
Ano de publicação: 2015

O ponto crucial das reflexões sobre a saúde internacional foi o advento da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), a partir da década de 1980, que viabilizou um novo tipo de ativismo transnacional em prol do acesso ao tratamento, e ainda influenciou a pesquisa, as práticas clínicas, as políticas públicas e o comportamento social. O vírus da imunodeficiência humana (HIV) já causou cerca de 36 milhões de mortes e provocou profundas mudanças demográficas, econômicas e sociais na maioria dos países mais afetados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que atualmente 35 milhões de pessoas sejam soropositivas e que apenas no ano de 2013 1,5 milhão morreu. O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a fornecer atenção à saúde, integral, universal e gratuita às pessoas vivendo com HIV e Aids. Nessa área, o Brasil destaca-se no cenário internacional por sua resposta à epidemia. O programa nacional é reconhecido pelas Nações Unidas como o melhor do mundo em desenvolvimento e vem servindo de modelo tanto para outros países em desenvolvimento para a política global de HIV/Aids, adotada pela OMS desde 2003. Com efeito, o Brasil vem assumindo um papel ativo no cenário global, exemplificado pela sua constante participação em organismos multilaterais da saúde como a OMS e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a "diplomacia em saúde" brasileira busca consolidar sua influência na efetivação da saúde global e, para tanto, a cooperação internacional possui crescente relevância para o país. A proposta analisa, portanto, o cenário da saúde global aliado às cruciais necessidades sociais e de saúde dos países em desenvolvimento e, assim, vislumbra uma área na qual o Brasil pode perseguir uma liderança, pois é exatamente no campo da saúde que se encontram bem-sucedidos programas de cooperação Sul-Sul do país.
The key point of the reflections on international health has been the advent of the Aids epidemic from the 1980s. Since then, a new kind of activism for access to treatment was possible and the disease also influenced the research, clinical practice, public policies and social behavior. According to the World Health Organization (WHO), the HIV virus has caused about 36 million deaths and also deep demographic, economic and social changes in most of the affected countries. Brazil was the first developing country to provide comprehensive, universal and free health insurance to people living with HIV and Aids, in this regard, the country has been outstanding in the international arena for its response to the epidemic. Indeed, facing the active role that Brazil increasingly takes on the global scene in this endeavor, exemplified by its constant participation in multilateral organizations of health as the WHO and the Pan American Health Organization (Paho), its concept of "health diplomacy" seeks to consolidate the Brazilian influence in the global debate about health. Therefore, international cooperation has an increasing relevance to the country in order to reach this goal. Thus, this article analyzes the scenario of global health related to essential social and health needs of developing countries and consequently perceives an area in which Brazil can pursue a leadership since it is exactly in the health field that lies the most successful South-South cooperation programs in the country.
HIV

Mais relacionados

Queremos sua opinião!

Sua opinião é muito importante!

Conseguiu localizar o que procurava?
Utilizaria a BVS ECOS novamente?
Por que utilizaria ou não? Deixe seu comentário.
Confirme o texto acima

x