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30° Newsletter Economia da Saúde – Turma de Excelência: Destaques e Diversidade nos TCCs do Curso de Economia da Saúde

Texto: Marina Sousa IPTSP/UFG

A terceira turma do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG em parceria com o DESID/ Ministério da Saúde está chegando ao fim, marcada por um processo significativo em que grande parte dos alunos já apresentou seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Dos 40 alunos iniciais, apenas 27,5% evadiram, uma estatística crucial para o curso, considerando a alta demanda pela especialização em Economia da Saúde. Até o momento, 27 trabalhos foram apresentados, e outros dois estão agendados para avaliação em breve.

A diversidade de temas abordados nos TCCs desta turma, tais como insumos farmacêuticos, impacto financeiro, análise de plano municipal de saúde, análise de custos, avaliação de impacto orçamentário, gastos hospitalares, dentre outros, reflete a amplitude das discussões.

Estes são tópicos indiscutivelmente essenciais quando se abordam questões centrais sobre Economia da Saúde, e demonstram o comprometimento e a diversidade de interesses na presente turma.

Em breve os trabalhos serão publicados em nosso Portal Nacional de Informação em Economia da Saúde – BVS ECOS.

A seguir a relação dos estudantes, com destaque para duas técnicas do Ministério da Saúde, que já apresentaram seus trabalhos e respectivos títulos de TCC:

  • Nome do autor(a): Mariana Marzullo Pedreira – CAES/DESID/SECTICS/MS

Orientadora: Rebeca Carmo de Souza

Título: Panorama da variabilidade de preços praticados em aquisições públicas de OPME – órteses, próteses e materiais especiais – no Sistema Único de Saúde entre os anos de 2020 e 2022

  • Nome do autor(a): Paula Luisa Eberle Denicol – DECOOP/SE/MS

Orientadora: Rebeca Carmo de Souza

Título: Análise dos custos de projetos com prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares no âmbito do PROADI-SUS no terceiro (2015- 2017) e quatro triênios (2018-2020) do Programa

  • Nome do autor(a): Adriana Martins de Paula

Orientador: Fausto Pereira dos Santos

Tema: Número de consultas de pré-natal e diária de UTI neonatal: uma análise de possível relação na Rede Regional de Atenção à Saúde- RRAS 2/ CIR Alto Tietê-SP

  • Nome do autor(a): Adriana Soares Nogueira Costa

Orientadora: Joanna d’Arc Lyra Batista

Título: O impacto dos valores executados em Atenção Básica e da Estratégia Saúde da Família nas internações por condições sensíveis à Atenção Primária no município de Jaboticatubas/MG de 2011 a 2022

  • Nome do autor(a): Aline Franco Pritsch

Orientadora: Daniela Oliveira Melo

Título: Gastos com internações por câncer de colo de útero na Bahia de 2017 a 2021

  • Nome do autor(a): Ana Carolina Peçanha Antônio

Orientador: André Nunes

Título: Provisão de leitos de UTI para adultos no Brasil durante a pandemia da covid-19: um legado duradouro?

  • Nome do autor(a): Ana Renata Moura Rabelo

Orientador: Paulo Roberto Barbato

Título: Associação de fatores à alta proporção de internações por condições sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) em Minas Gerais

  • Nome do autor(a): Andréa Maria Peixoto

Orientador: Fausto Pereira dos Santos

Título: Adequações na metodologia de seleção, avaliação e monitoramento das Entidades que fazem a gestão das Unidades de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás

  • Nome do autor(a): Carine dos Santos Cardoso

Orientadora: Jane Mary de Medeiros Guimarães

Título: Evolução dos gastos públicos em saúde nos municípios do extremo Sul catarinense: uma análise histórica no SIOPS

  • Nome do autor(a): Carla Priscila Mendes Barros

Orientadora: Ana Paula Beck da Silva Etges

Título: Impacto da implementação do Programa Tele-UTI nos custos de pacientes internados em uma UTI no Estado do Maranhão

  • Nome do autor: Cleberson Vieira dos Santos

Orientador: Leonardo Carnut

Título: Análise da evolução do repasse financeiro federal para a Atenção Primária à Saúde de São José dos Pinhais – PR

  • Nome do autor: Guilherme Mota Carvalho

Orientador: Michelle Quarti Machado da Rosa

Título: Estimativa dos custos das Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal

  • Nome do autor(a): Ligia Oliveira Almeida Mendes

Orientador: Ângela Maria Gabattini

Título: Judicialização da Saúde: um estudo sobre os custos com medicamentos para a atrofia muscular espinhal (AME) na perspectiva do SUS

  • Nome do autor: Luciano de Moura Carvalho

Orientadora: Luciana Ribeiro Bahia

Título: Taxas de letalidade e formas de custeio para procedimentos cardiológicos em diferentes modelos de gestão em hospitais no âmbito do SUS

  • Nome do autor: Lyon Richardson da Silva Nascimento

Orientadora: Mércia Pandolfo Provim

Título: Análise da prevalência e intensidade dos gastos catastróficos em saúde entre famílias do Piauí através da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018

  • Nome do autor(a): Milene Pinheiro Machado

Orientadora: Ana Laura de Sene Amâncio Zara

Título: Situação de saúde do município de Imbé: uma análise do Plano Municipal de Saúde do período de 2022 a 2025

  • Nome do autor(a): Monique Fernanda Félix Ferreira

Orientadora: Jane Mary de Medeiros Guimarães

Título: O retorno das cirurgias eletivas: a eficácia do Programa Opera+ da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

  • Nome do autor(a): Rejane Carmo Rezende Dias

Orientador: Paulo Roberto Barbato

Título: Análise do financiamento da saúde em Goiás

  • Nome do autor: Renato Rocha Martins

Orientadora: Adriane Lopes Medeiros Simone

Título: Impacto financeiro da aquisição centralizada de rituximabe pelo Ministério da Saúde para o tratamento de linfoma difuso de grandes células b e linfoma folicular entre 2015 e 2022

  • Nome do autor: Samuel Silva Ibrahim Sena

Orientadora: Fernanda D’Athayde Rodrigues

Título: Custo e impacto da implantação de Unidade Dispensadora de Medicamentos do Componente Especializado no interior do Estado do Pará

  • Nome do autor(a): Sheilla Carla Neves dos Santos

Orientadora: Michelle Quarti Machado da Rosa

Título: Absenteísmo em atendimento ambulatorial de especialidades no município de Salvador a partir da administração de uma Fundação Pública

  • Nome do autor(a): Susanne Stritzinger de Cassias

Orientadora: Mariana Alves Melo

Título: O financiamento da assistência farmacêutica na gestão municipal de Mafra/SC no período de 2018 a 2021

  • Nome do autor(a): Tatiane Garcia do Carmo Flausino

Orientadora: Daniela Oliveira Melo

Título: Avaliação do impacto orçamentário da incorporação do transplante de microbiota fecal no tratamento de infecção recorrente por Clostridioides difficile

  • Nome do autor: Thiago Barbosa de Assis

Orientador: Rodrigo Mendes Leal de Souza

Título: SESACRE

  • Nome do autor(a): Vanessa Mueller

Orientador: Marco Antonio Cavalcanti

Título: Programas de Residência com ênfase em Saúde da Família pautados em indicadores do Programa Previne Brasil: a experiência de um município da Região Centro-Oeste

  • Nome do autor: Vinicio de Faria e Andrade

Orientadora: Márcia Mascarenhas Alemão

Título: Perfil do gasto hospitalar no município de Caarapó com as internações por condições sensíveis à Atenção Primária em Saúde

  • Nome do autor: Wenderson Walla Andrade

Orientadora: Adriane Lopes Medeiros Simone

Título: Insumos farmacêuticos ativos estratégicos para o Sistema Único de Saúde

* Este conteúdo faz parte da Newsletter Economia da Saúde que está em sua 30° Edição e é uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) com o Ministério da Saúde (MS) por meio do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG.

29° Newsletter Economia da Saúde – Saiba mais sobre Eficiência na Alocação de Recursos com a Professora Carisi Anne Polanczyk

O tema faz parte de uma vídeoaula sobre Avaliação Econômica em Saúde

Texto e edição – Marina Sousa

A professora adjunta do Departamento de Medicina Interna e membro do Programa de Pós-graduação em Medicina, Cardiologia e Epidemiologia da UFRGS, e também docente do curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG e Ministério da Saúde (MS), Carisi Anne Polanczyk, ministrou uma aula esclarecedora sobre o tema “Avaliação Econômica em Saúde”.

O objetivo da aula foi abordar a importância desse tipo de estudo, que visa comparar o benefício de uma tecnologia médica com a proporção de seu custo em relação a uma alternativa, identificando assim, as tecnologias mais eficientes. A Professora destacou que essa análise é crucial para garantir que os recursos sejam alocados de maneira eficiente, especialmente em um cenário de recursos finitos.

A Professora Polanczyk ressaltou ainda algumas diferenças entre estudos de custo-efetividade e análise de impacto orçamentário, enfatizando que o último se concentra nos custos totais em nível populacional ao longo do tempo. Como por exemplo, a Avaliação de Impacto Orçamentário vai além da simples eficácia de uma tecnologia, focando nas consequências financeiras da sua adoção. A pesquisadora explicou que

essa abordagem avalia o impacto no orçamento, considerando a sustentabilidade do sistema monetário, e fornece estimativas importantes para os gestores do sistema de saúde.

Assista ao vídeo aqui e aprofunde-se nesse tema fundamental para a gestão eficiente dos recursos na área da saúde. Não perca essa oportunidade de adquirir conhecimentos valiosos com uma das principais especialistas no assunto!

2023: Desid em números

O Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde do Ministério da Saúde (Desid/Sectics/MS) reuniu alguns números importantes durante o primeiro ano da nova gestão governamental – e também bateu metas.

Para começar, houve a qualificação do processo de compras de materiais e a melhora da eficiência dos gastos com a correção e inovação de mais de 83 padrões descritivos de materiais (PDMs). São esses padrões que garantem que os dados sobre um material estejam disponíveis de forma uniformizada em todos os processos relacionados, desde o fornecimento até o uso final. Na mesma perspectiva, tivemos a correção e inovação de 2.878 itens de saúde padronizados no Catálogo de Materiais (CATMAT).

Ainda em 2023, mais de 14 mil pessoas participaram das mais de 75 capacitações promovidas pelo Desid com objetivo de apoiar estados e municípios na tomada de decisões. Elas trataram de pautas importantes quanto ao CATMAT; ao Banco de Preços do SUS (BPS), ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) e ao Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC), que abriga o Sistema de Apuração e Gestão de Custos do SUS (ApuraSUS).

Mais de 1500 pessoas participaram também dos 11 treinamentos voltados para gestores de saúde; técnicos da área de planejamento; contadores responsáveis pelo preenchimento do SIOPS e responsáveis pelo DigiSUS-GESTOR.

Quanto aos atendimentos, foram mais de 15.000. Voltados para os entes federativos e instituições, os atendimentos sanaram dúvidas acerca do CATMAT, do BPS, do PNGC (e ApuraSUS) e do SIOPS e fortaleceram o relacionamento com estados e municípios, reforçando o MS como apoiador efetivo da gestão local. Sem contar, ainda, os mais de 9.000 atendimentos aos usuários do SIOPS por telefone e por e-mail.

Para melhorar, o Ministério da Saúde bateu meta e alcançou 696 estabelecimentos de saúde, que agora geram informações de custos por meio do ApuraSUS. Com isso, foi formada a maior base de custos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Também foram lançadas mais de 10 publicações técnicas sobre os principais temas da Economia e Saúde, além de apresentado o novo Banco de Preços em Saúde (BPS), que já está em ambiente de produção e deve ser lançado, oficialmente, em 2024, após últimos testes.

Foi, ainda, firmada parceria com o Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (DAHU) para que a adesão ao Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC) seja pré-requisito para recebimento de incentivo pelas entidades privadas sem fins lucrativos e que destinem 100% de seus serviços de saúde exclusivamente ao SUS.

De Priscilla Leonel | Desid/Sectics/MS

A vez dos Núcleos de Economia da Saúde

Foto de: Ascom Conass

O ano de 2023 foi especial para a Economia da Saúde. Nele, o Ministério da Saúde retomou os diálogos sobre os Núcleos de Economia da Saúde (NES) com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A perspectiva é a de reestruturação dos núcleos nos estados e municípios, e o consequente fortalecimento da agenda pela sustentabilidade do SUS.

Como atores locais de apoio aos gestores de saúde na tomada de decisões, os NES desenvolvem atividades orientadas pelas ferramentas e pelos conhecimentos em Economia da Saúde que colaboram para o uso racional de recursos. Por isso, são prioridade da gestão atual, que apresentará, em 2024, diagnóstico sobre os núcleos já existentes no País para planejar as ações futuras de forma estratégica.

“Precisamos conhecer o cenário de implementação desses núcleos, se estão formalmente instituídos nas secretarias, quais atividades têm sido desenvolvidas no âmbito da economia da saúde, e que instrumentos estão sendo utilizados. Com isso, poderemos identificar desafios e oportunidades e definirmos com mais propriedade o curso das ações que serão adotadas pelo ministério no apoio aos estados e municípios”, afirmou a coordenadora de Ações Estruturantes do Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Desid), Jamyle Grigoletto.

Não para por aí. 2023 reuniu, também, membros do Ministério da Saúde com representantes dos Núcleos de Economia da Saúde (NES) ativos, além de referências da saúde de Estados interessados em criar novos núcleos. 

Na ocasião, participantes dos núcleos apresentaram suas metodologias de trabalho, apontando problemas e potencialidades na gestão dos investimentos em Saúde em suas regiões.

O encontro também fez parte da agenda ministerial de reestruturação, fortalecimento e ampliação dos NES pelo país, que, além de estimular a atuação dos núcleos, quer consolidar sua atuação como parceiro na orientação da gestão estadual e municipal, aprimorando conhecimentos, realizando e apoiando capacitações e trabalhando com olhar específico nas necessidades de cada NES.

De Priscilla Leonel | Desid/Sectics/MS

Nova área do Ministério da Saúde prevê maior atuação pela sustentabilidade do SUS

A recente criação da Coordenação-geral de Estudos Estratégicos em Desenvolvimento e Saúde (CGEDS), inserida no Departamento de Economia e do Desenvolvimento em Saúde (Desid), merece um olhar especial daqueles que acreditam em mais sustentabilidade para o Sistema Único de Saúde (SUS).

A nova área da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics/MS) nasce com a perspectiva de ser um espaço para discussão e análise das questões de matiz conjuntural e política, com objetos voltados à Economia Política da Saúde, aos indicadores macroeconômicos e seus respectivos desdobramentos na área da saúde. Assim, estudos estratégicos estão desenvolvidos para identificar riscos e oportunidades relacionados aos recursos voltados para a saúde, bem como para compreender a estreita relação entre desenvolvimento e saúde.

Os colegas que comandam os trabalhos na coordenação atuam na interlocução com áreas prioritárias do ministério e com atores estratégicos governamentais ou não-governamentais. “Se antes a Economia da Saúde tinha uma discussão muito focada nos aspectos operacionais e nos instrumentos avaliativos, que são de extrema importância, ela passou também a focar na análise de cenários e na articulação da saúde com outros setores”, afirmou a diretora do Desid, Erika Aragão.

“Ou seja: além de entender e subsidiar o Secretário da Sectics e a Ministra da Saúde quanto aos possíveis efeitos e reflexos de alguma política pública no setor da Saúde, a área também subsidia o posicionamento externo da instituição e é capaz de apresentar novas proposições. A gente se antecipa para prever impactos, pensar possíveis alternativas e ter uma narrativa”, continua a diretora.

Mas como será que a criação da coordenação deve impactar as pessoas?
Por sua natureza preditiva, a coordenação pode subsidiar a tomada de decisão de gestores preocupados em reverter ou atenuar o quadro de subfinanciamento estrutural e desfinanciamento conjuntural – tornando o nosso sistema de saúde resiliente e capaz de cumprir com os seus preceitos constitucionais.

Essa atuação deve contribuir para uma melhor alocação de recursos no SUS e para a otimização dos gastos nos estados e municípios, o que pode impactar diretamente no serviço prestado às pessoas e na promoção e melhora da saúde delas.

De Priscilla Leonel | Desid/Sectics/MS

Perfis do SUS |Quem é Maciene Mendes

Foto de Gabrielle Aine

Ela atua no Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde do Ministério da Saúde (Desid/Sectics) há 13 anos e já provou a que veio, além de todo o profissionalismo que a cerca. Mas não são todos os que conhecem a história por trás dessa servidora pública arretada nascida no interior da Bahia, em Baixa Grande. A cidade, aliás, não tem praia, não tem cachoeira e não tem rio, mas já se sabe ter um povo encantador – e Maciene está aí para provar isso.

Nossa coordenadora de Gestão de Custos nasceu em uma família de poucas posses, mas cheia de afeto e criatividade. Entre ela e seus irmãos, a diversão era garantida. A bagunça também, para desespero de mainha. Na época trabalhadora rural, artesã e costureira, mainha Zuleide educou os filhos sem qualquer rede de apoio. Painho Manoel andava ocupado enquanto pedreiro e mecânico de moto e bicicleta – conhecimento adquirido em um curso por correspondência, após aprender a ler e a escrever sozinho.

Inspirada pela fortaleza de sua mãe e pelo aprimoramento do pai, foi a primeira da família a terminar o segundo grau – na época, a última turma de magistério. Foi também a primeira a se graduar. Antes, precisou de ajuda para convencer seu pai a sair de casa, aos 17 anos, para estudar. Após a benção de painho, Maciene atravessou 252 quilômetros e foi morar em uma república estudantil na Universidade Federal da Bahia, em Salvador.

Chegou a dar aula de matemática e de física para sustentar a escolha, além de trabalhar na área administrativa de uma faculdade privada. Foi, ainda, economista atuante na Secretaria de Saúde da Bahia, até tomar posse no Ministério da Saúde com a mesma função, em 2010. Sim, Maciene foi a primeira da família a passar em um concurso público também.

Fez as malas novamente e chegou em Brasília durante o clima ameno de maio, mas não foi muito com a cara da cidade. Juscelino Kubitschek haveria de ter sido um cara estranho, inventando moda com esta cidade esquisita, com ruas nomeadas por números e siglas intraduzíveis à primeira vista. E à segunda também.

Demorou a gostar da capital e sua gente, aparentemente mais reservada que os baianos. Havia chegado sozinha e sem conhecer ninguém, mas não deu muita moral não. Assim que entendeu a pegada dos locais, no entanto, a cidade virou paixão e segunda casa. Foi nela que Maciene, inclusive, conheceu seu companheiro, o Gustavo, com quem inaugurou uma nova fase na vida: foi promovida à mãe com o nascimento da filhota Julia, que arranca suspiros dessa que não exatamente tinha em seu check list pessoal o objetivo de ter filhos um dia.

Hoje, a servidora transita feliz com a família pelos parques brasilienses, e diz adorar a diversidade cultural, o respeito às diferenças e, inclusive, as ruas brasilienses – aquelas nomeadas de números hoje já cheios de lógicas palatáveis, que aprendeu a traduzir com o tempo e com os bons amigos que fez na cidade.

As primeiras amizades brasilienses, aliás, nasceram de sua estreia na Esplanada dos Ministérios, dentro do Desid, onde segue atuando até hoje. Foi no departamento que aprendeu a se comunicar profissionalmente e teve a honra de ser recebida pelo professor Elias e sua assessora, Corah Prado, dos quais ela lembra com carinho e garante terem sido essenciais para seu conhecimento em Economia da Saúde.

Mesmo com pouca experiência na área de gestão de custos na época, sua praticidade chamou a atenção do Desid e, um dia, foi eleita à revelia como coordenadora. Demorou a aceitar a missão, mas a colega Mariana Ramos deu um empurrãozinho para que o aceite fosse feito, por sorte e para felicidade de quem caminha junto à coordenação. Maciene teve uma baita labirintite após atribuída a função, mas hoje está longe de precisar de rodinhas nessa pedalada. Tirou e segue tirando de letra.

É ou não é uma trajetória bonita de se ver?

Curiosidades

Maciene é geminiana e não recusa um pão com ovo, adora uma galinha caipira, saliva diante de um risoto com filé ao ponto, sorri na frente de uma saladinha colorida e guarda um lugar especial pro cuscuz no peito. Ou melhor: na barriga. É lá que ela deposita também a cervejinha artesanal que adora tomar na companhia de seu parceiro e de seus amigos, com quem curte demais jogar uma conversa fora.

Aviso aos navegantes: a coordenadora também adora viajar e fazer uma trilha, apesar de, ultimamente, andar sonhando mesmo é em se jogar no sofá. Mas, não se enganem, sua energia é forte e presente. Que ela volte descansada das férias pra seguir firme nessa caminhada pelo SUS com a gente, ensinando tanto sobre leveza e sobre como manter um clima de trabalho amigável e horizontal, mesmo diante de tantos desafios.

De Priscilla Leonel | Desid/Sectics/MS

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28° Newsletter Economia da Saúde – Destacando algumas medidas de qualidade de vida

Veja o quanto podem ser complexas as decisões relacionadas à qualidade de vida

 Texto e edição: Marina Sousa IPTSP/UFG

 A Dra. Luciane Cruz, médica, doutora em Ciências da Saúde e docente do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG, em parceria com o Ministério da Saúde, discute no vídeo a seguir sobre a importância das medidas de qualidade de vida. A especialista aborda conceitos fundamentais relacionados à tomada de decisões em saúde, destacando a relevância da teoria da utilidade.

Segundo a Dra. Luciane Cruz, a teoria da utilidade, originada da economia, busca compreender como os indivíduos racionais tomam decisões em situações de incerteza. Ela explicou que a teoria da utilidade esperada é uma expressão de referência que as pessoas utilizam ao fazer escolhas em suas vidas, baseando-se na preferência por determinados desfechos.

Ao exemplificar o processo de escolha, a Dra. Cruz comparou a decisão de escolher um destino de férias, como as Ilhas Seychelles ou Nova York. Ela ressaltou que, ao fazer escolhas, consideramos diversos atributos, como o clima, a distância, o custo e a presença de amigos no local.

Transpondo esse raciocínio para o contexto da saúde, a professora  abordou a complexidade das decisões relacionadas à qualidade de vida. Ela questionou se alguém que vivesse 20 anos em hemodiálise trocaria por oito anos de saúde perfeita, evidenciando a importância das preferências individuais na tomada de decisões de saúde.

A Dra. Luciane Cruz também destacou a medida de utilidade conhecida como Qualy (Quality-Adjusted Life Year ou anos de vida ajustados para qualidade (AVAQ)), que agrega quantidade e qualidade de vida em uma única medida. Essa medida, segundo a especialista, é essencial para análises econômicas na área da saúde. Ela explicou que o Qualy ajusta a sobrevida pela qualidade de vida, permitindo uma avaliação mais abrangente das tecnologias de saúde disponíveis.

A doutora enfatizou que as medidas de utilidade e o uso do Qualy são ferramentas que possibilitam a criação de tabelas que auxiliam gestores na tomada de decisões sobre quais tecnologias são mais adequadas e eficientes para seus sistemas de saúde.

Para que você saiba mais um pouco sobre o assunto, disponibilizamos AQUI um vídeo que aprofunda esses conceitos, oferecendo uma visão mais detalhada sobre as medidas de qualidade de vida e seu impacto nas decisões de saúde.

* A Newsletter Economia da Saúde está em sua 28° Edição e é uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) com o Ministério da Saúde (MS) por meio do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG.

 

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-xY8P07eUnA&t=25s

27° Newsletter Economia da Saúde – Professora de Economia da Saúde, Miriam Zago, aborda sobre Análises Econômicas Aplicadas à Saúde em vídeo imperdível

Texto e edição: Marina Sousa IPTSP/UFG

 Na complexa interseção entre saúde e economia, a professora do curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG e Ministério da Saúde, Miriam Allein Zago Marcolino, oferece observações valiosas em uma aula envolvente, abordando análises econômicas aplicadas à Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS. O vídeo da aula é uma oportunidade única para compreender os desafios e as nuances dessas análises, que demandam conhecimentos multidisciplinares, destacando-se a epidemiologia, matemática e estatística.

Classificação das Análises Econômicas em Saúde

 Miriam Allein Zago Marcolino destaca que as análises econômicas em saúde podem ser classificadas de maneira geral em avaliações econômicas parciais ou completas parciais ou completas, dependendo de sua relação com os desfechos avaliados.

Entre os tipos de análises econômicas completas, Miriam explora a análise de custo- minimização, análise de custo-efetividade, análise de custo-utilidade e análise de custo-benefício. Aprofundando-se na avaliação de custo-efetividade, destaca-se a medição do benefício clínico em unidades naturais, como anos de vida salvos ou número de eventos evitados.

Razão de Custo-Efetividade Incremental e Suas Aplicações

Um dos pontos centrais da aula é a explanação sobre a razão de custo-efetividade incremental, uma medida crucial nos estudos de custo-efetividade. Miriam Zago exemplifica seu cálculo, demonstrando como essa razão oferece insights sobre quanto custa para obter benefícios adicionais com uma nova alternativa.

As análises econômicas também podem ser interpretadas graficamente, apresentando opções no plano cartesiano que relaciona a diferença de custo com o ganho na saúde. Tecnologias mais efetivas com custo menor são consideradas ideais, enquanto aquelas com menor efetividade e custo maior são classificadas como dominadas.

 Importância da Avaliação Econômica em Cenários de Incerteza

A professora ressalta a necessidade da avaliação econômica em cenários de incerteza, onde a eficiência de uma tecnologia em saúde é posta à prova. As análises econômicas se tornam cruciais quando há benefício em efetividade a um custo maior ou uma redução de efetividade com custo menor. Nas situações de certeza, a decisão é clara, mas nos quadrantes de incerteza, onde a relação entre efetividade e custo não é tão evidente, a análise econômica completa se torna essencial.

O convite está feito: mergulhe no surpreendente mundo das análises econômicas em saúde aplicadas à ATS com a professora Miriam Allein Zago Marcolino, que é fisioterapeuta mestre em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e atualmente, bolsista CAPES de Doutorado em Epidemiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Assista ao vídeo completo da aula ,AQUI para assistir à aula.

 

* A Newsletter Economia da Saúde está em sua 27° Edição e é uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) com o Ministério da Saúde (MS) por meio do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG.

26° Newsletter Economia da Saúde – Complexo Econômico-Industrial da Saúde na busca pela redução da vulnerabilidade no SUS

Confira a entrevista com o coordenador geral de Base Mecânica, Eletrônica e de Materiais CGMEC/DECEIIS/SECTICS/MS, Diogo Penha Soares

 Texto e arte: Marina Sousa IPTSP/UFG

A pandemia de Covid-19 destacou inúmeras demandas envolvendo a saúde pública e certamente uma delas foi sobre a dependência de produtos fabricados internacionalmente, como insumos para vacinas, equipamentos médicos e tecnologias, o que ocasionalmente,  acaba acarretando o déficit na balança comercial e a vulnerabilidade do abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). E para tentar melhorar questões como essa é que o Governo Federal criou no ano de 2003, o Complexo Econômico‑Industrial da Saúde (CEIS), que representa um conjunto de segmentos produtivos industriais e de serviços que visam expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS.

Ademais, no dia 26 de setembro de 2023 foi publicado um novo decreto instituindo a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (confira o decreto aqui). A estratégia foi elaborada pelo Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), do Ministério da Saúde, contando com o envolvimento de onze ministérios. Essa estratégia tem a missão de reduzir a vulnerabilidade do SUS  e ampliar o acesso à saúde. Confira a seguir os objetivos da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde:

A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do CEIS destaca desafios significativos na saúde, que impactam a resiliência, preparação e capacidade de enfrentamento de emergências sanitárias. Além disso, ressalta os riscos para a soberania nacional e segurança sanitária decorrentes da dependência produtiva e tecnológica, bem como o alto grau de incidência e prevalência, especialmente em populações afetadas por doenças negligenciadas ou raras.

Diante desses desafios, as Soluções Produtivas e Tecnológicas para o SUS apresentam uma abordagem abrangente. A proposta visa ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, promovendo assim a sustentabilidade econômica do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas soluções visam também reduzir a dependência de importações, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a produção local.

Um dos programas do CEIS trata sobre a Preparação em Vacinas, Soros e Hemoderivados, que  visa a autossuficiência em produtos essenciais para a vida dos brasileiros e que  reúne esforços do poder público e da iniciativa privada, o que consequentemente irá fortalecer a indústria nacional.  E para falar um pouco mais sobre esse tema, convidamos o  Coordenador Geral de Base Mecânica, Eletrônica e de Materiais – Complexo Econômico Industrial da Saúde. CGMEC/DECEIIS/SECTICS/MS, Diogo Penha Soares para relatar sobre algumas estratégias que vêm sendo discutidas para fortalecer a indústria farmacêutica nacional e seus desafios.

 Estratégias para o fortalecimento

 Diante da pandemia da covid-19, Diogo Penha Soares, relembrou a necessidade de repensar a dependência de produção estrangeira, que a crise sanitária trouxe à luz.

Soares ressalta a vulnerabilidade da capacidade de assistência à saúde, destacando a importância da independência na produção de insumos essenciais, como o princípio ativo de medicamentos. “Apesar da capacidade tecnológica para a produção completa, ainda há dependência de importação de insumos, levando o CGMEC a investir em projetos que visam verticalizar a produção”, relata.

Diogo Penha Soares, do Ministério da Saúde, em palestra realizada no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da Universidade Federal de Goiás (UFG), sobre a nova aposta do CEIS para o desenvolvimento à serviço da vida. (Foto: Marina Sousa IPTSP/UFG)

A busca por não ser apenas um “empacotador” de produtos desenvolvidos e produzidos fora do país enfatizou a necessidade de estar envolvido na cadeia completa, desde a produção do princípio ativo farmacêutico. E esse movimento, além de fortalecer a indústria nacional, busca trazer parceiros e produtores para mais perto, adotando a estratégia de nearshoring, onde a gestão é baseada em parcerias, tornando-se um fornecedor dos mercados vizinhos. Soares destaca a busca por parcerias na Europa, China e Índia para produzir no Brasil, e cita  a estratégia de nearshoring  usada nos Estados Unidos, que busca  trazer para perto a produção e fortalecimento da indústria.

O Coordenador também aborda a relação entre essas estratégias e a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), destacando a necessidade de tomar decisões que impactem na eficácia e custo-efetividade das tecnologias em saúde. Ele ressalta que a questão dos custos é um desafio, e a busca por melhorar processos é crucial para impactar positivamente na ATS. “A sensibilidade dessa questão se reflete na política do Sistema Único de Saúde (SUS), pois os recursos ainda não são os ideais e demandam sustentabilidade”, Soares destaca o desafio de incorporar tecnologias novas tecnologias de forma sustentável, reconhecendo a constante necessidade de equilibrar benefícios e custos. O processo, segundo Soares, faz parte de um ciclo dinâmico que demanda constante aprimoramento e adaptação para garantir a efetividade e a sustentabilidade do sistema de saúde, e ainda o fortalecimento da indústria farmacêutica, para que não sejam vistos cenários como o da pandemia que colocou uma grande lupa sobre as necessidades primordiais quanto os ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs).

 

* Este conteúdo faz parte da Newsletter Economia da Saúde que está em sua 26° Edição e é uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) com o Ministério da Saúde (MS) por meio do Curso de Especialização em Economia da Saúde da UFG.