Médicos egressos da universidade pública através do sistema de cotas: perfil sociodemográfico e áreas de atuação

Ano de publicação: 2014
Teses e dissertações em Português apresentado à Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Ciências Sociais Aplicadas para obtenção do título de Mestre. Orientador: Pitta, Maíra Galdino da Rocha

Buscou-se identificar as preferências profissionais e áreas de atuação dos médicos egressos da Universidade de Pernambuco beneficiados pela política de cotas. A pesquisa foi de abordagem quantitativa, com espaço amostral inicial de 300 médicos, sendo 20% cotistas e 80% não cotistas, o que representa a oferta de dois anos de vagas para o curso de medicina no âmbito da UPE e, para a época do recorte, mais de um terço da oferta de vagas para medicina no âmbito de Pernambuco. Desses 300, 293 médicos foram considerados: os que ingressaram entre os anos de 2006 e 2007 e que colaram grau até 2013. Este total foi subdividido entre 55 cotistas (grupo de tratamento) e 238 não cotistas (grupo controle). Os dados primários consistem no levantamento de um questionário respondido por 167 médicos do universo de 293, sendo 132 não cotistas (55,46%) e 35 cotistas (63,63%). Uma proporção muito maior de cotistas atua na Atenção Básica do SUS (31,4%) em relação aos não cotistas (8,3%). Na Residência Médica, por outro lado, observa-se que quase 65% dos não cotistas se encontram inserida no programa, contra 28,6% de cotistas. Em relação aos que pretendem cursá-la, a proporção de cotistas (68,8%) corresponde a mais do que o dobro dos não cotistas (32,8%). Também pôde ser observado que a média da renda familiar dos cotistas no ingresso do curso corresponde a menos de 1/3 da renda dos não cotistas. Em relação às áreas de concentração, os cotistas estão em cirurgia geral, clínica médica, ginecologia e obstetrícia, ortopedia e traumatologia e pediatria - especialidades na média da concorrência. Os dados secundários consistem no levantamento do histórico escolar de todos os participantes da pesquisa. A metodologia utilizada para comparar os dois grupos foi o propensity score (escore de propensão). Observamos que embora a média da nota de vestibular dos cotistas seja aquém da média de entrada dos não cotistas, a média final do curso entre os dois grupos ficou muito próxima, de forma que o aproveitamento dos cotistas foi superior. Verificamos que o resultado reflete a correlação entre cotas e escolaridade dos pais, de forma que o programa é bem focado, atingindo prioritariamente alunos oriundos das camadas menos favorecidas. Por fim, identificamos que os cotistas atuam em maior proporção na atenção básica, talvez pela necessidade de trabalhar mais após a conclusão do curso, o que leva a atrasarem a entrada na residência médica. Nesse sentido, o trabalho sugere uma investigação qualitativa.(AU)
This study aimed to identify professional preferences and areas of action of medical school graduates of the University of Pernambuco (UPE) who were supported by affirmative actions such as the Quotas Act. The quantitative research’s initial sample was of 300 physicians, 20% of which supported by the Quotas Act and 80% of which not. This amount is equivalent to two years of opening of positions for graduation students at UPE’s medical school and also overall a third of the total opening of positions for medical school graduation in the state of Pernambuco.

293 out of 300 physicians matched criteria and were selected into the research:

those who enrolled between 2006 and 2007 and also graduated by 2013. The amount was divided between the treatment group (55 quota holders) and the control group (238 non quota holders). Primary data consist of a questionnaire answered by 167 physicians out of the 293 total, 132 (55,46%) of which being non quota holders and 35 (63,63%) of which being quota holders. A much larger proportion of quota holders acting in SUS basic care (31,4%) compared to non-quota holders (8,3%). In Residency, on the other hand, it is observed that almost 65% of quota holders are not inserted in the program, against 28,6% of non quota holders. Regarding the claim that attends it, the proportion of quota holders (68,8%) corresponds to more than double the non quota holders (32,8%). It could also be noted that the average family income of the quota holders in the course of the ticket is less than 1/3 of the income of non quota holders. Regarding the areas of concentration, the quota holders are in general surgery, internal medicine, obstetrics and gynecology, orthopedics and traumatology and pediatrics - specialties in the middle of the competition. The secondary data consist on the survey of the school transcript of all participants. The methodology used to compare the two groups was the propensity score. We note that although the grade average of vestibular shareholders is below the average input of non shareholders, the final course average between the two groups was very close, so that the harnessing of shareholders was superior. We found that the result reflects the correlation between parents education and quotas, so that the program is well focused primarily reaching students from the disadvantaged sections. Finally, we identified that shareholders act in greater proportion in primary care, perhaps by the need to work more after completion of the course, which leads to delay entry into the residency. In this sense, the work suggests a qualitative research.(AU)

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