Custo-utilidade da empagliflozina em pacientes diabéticos do tipo 2 com alto risco cardiovascular na perspectiva do Sistema Único de Saúde
Cost-utility of empagliflozin in type 2 diabetic patients with high cardiovascular risk in the Brazilian Public Healthcare System perspective

J. bras. econ. saúde (Impr.); 10 (1), 2018
Ano de publicação: 2018

Objetivo:

Realizar uma análise de custo-utilidade de empagliflozina em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e alto risco cardiovascular.

Métodos:

O modelo empregado foi uma simulação de eventos discretos, com dados baseados na incidência de eventos cardiovasculares do ensaio clínico EMPA-REG OUTCOME. A população-alvo foi de sujeitos com DM2 e alto risco cardiovascular (histórico de cardiopatia isquêmica, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica). O horizonte temporal foi o de tempo de vida; a taxa de desconto, de 5% ao ano; e a perspectiva, a do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados de utilidade foram obtidos de estudos brasileiros e internacionais. Os custos refletiram valores desembolsados pelo SUS. Foram conduzidas análises de sensibilidade determinísticas nos principais parâmetros e probabilística para avaliar a robustez global dos resultados.

Resultados:

No caso-base, a empagliflozina gerou 0,66 ano de vida ajustados para qualidade (QALY) a mais, com custo de R$ 19.176 maior, gerando relação de custo-efetividade incremental (RCEI) de R$ 28.960/QALY. As análises de sensibilidade univariadas mostraram oscilações da RCEI entre R$ 23.644 e R$ 38.850/QALY, sendo este valor mais alto de RCEI resultante da variação do valor de utilidade de pacientes com diabetes. Na análise probabilística, os percentis 2,5% e 97,5% foram de R$ 22.336 a R$ 39.571/QALY.

Conclusão:

O estudo mostrou uma RCEI de R$ 28.960/QALY, estando abaixo do valor de uma vez o produto interno bruto (PIB) per capita (R$ 30.407 em 2016), sendo, portanto, uma tecnologia custo-efetiva, considerando esse limiar. Na análise probabilística, o intervalo de credibilidade mostrou que a RCEI pode oscilar entre 0,73 e 1,30 PIB per capita, sendo, portanto, uma estimativa robusta.

Objective:

To perform a cost-utility analysis of empagliflozin in type 2 diabetes (T2D) patients with high cardiovascular risk.

Methods:

The model was a discrete events simulation, with data based on the incidence of cardiovascular events in the EMPA-REG OUTCOME clinical trial. The target population was composed by patients with T2D and high cardiovascular risk (history of ischemic heart disease, stroke or peripheral vascular disease). We used a lifetime horizon, 5% discount rate and the Brazilian Public Healthcare System (SUS) perspective. Utility data were based both on Brazilian and international data. Costs employed reflected reimbursement SUS values. We conducted deterministic sensitivity analysis in main model parameters and a probabilistic sensitivity analysis to globally evaluate robustness of the results.

Results:

In the base case, empagliflozin generated incremental 0.66 QALY and R$ 19,176, resulting in an incremental cost-effectiveness ratio (ICER) of R$ 28,960/QALY. Univariate sensitivity analysis showed variations in the ICER between R$ 23,644 and R$ 38,850/QALY, with the diabetes status utility the variable with most influence in the ICER. In the probabilistic sensitivity analysis, 2.5% and 97.5% percentiles were R$ 22,336 and R$ 39,571/QALY.

Conclusion:

The study showed an ICER of R$ 28,960/QALY, which is below the value of one GDP per capita in Brazil (R$ 30,407 in 2016), which would therefore be deemed cost-effective under this threshold. In probabilistic sensitivity analysis, credible interval ranged between 0.73 and 1.30 per capita GDP, therefore showing robust results.

Mais relacionados

Queremos sua opinião!

Sua opinião é muito importante!

Conseguiu localizar o que procurava?
Utilizaria a BVS ECOS novamente?
Por que utilizaria ou não? Deixe seu comentário.
Confirme o texto acima

x